Páginas

JMJ
Madrid 2011



As Jornadas Mundiais da Juventude (JMJ) foram a experiência mais marcante em toda a minha vida e existência. Algo inesquecível e irrepetível que ficará para sempre na minha memória e no meu coração.


Como estas jornadas foram as primeiras para mim, não sabia bem o que ia encontrar. Apesar de ter uma ideia não queria criar expectativas, pois poderia vir decepcionada, assim sendo estava aberta a tudo o que viesse. E assim foi. A frase chave destas jornadas foi “deixa-te surpreender” e foi isso mesmo que tentei fazer.

Cada dia era um dia diferente, recheado de alegria e paz. As Jornadas deram-me muita coisa, entre elas, a vontade de constituir família. Os meus valores quanto à ideia de família estavam um bocado baralhados, talvez graças ao mundo frenético em que vivemos deixamos de acreditar no amor e na união, para passar a ver o desinteresse de viver o dia-a-dia ao lado de outra pessoa. Mas graças à minha família de acolhimento, que tinham nem mais nem menos que seis filhos, ajudaram-me a perceber que é possível viver sem ter que abdicar da vida pessoal e profissional, uma vez que os dois pais trabalhavam.



Outra coisa que me surpreendeu nas jornadas foi ver a alegria e vontade de viver, lutar por um mundo melhor, não baixar os braços face às dificuldades e à crise económica e social em que vivemos, como também a solidariedade que o ser humano possui. Foi impressionante ver que quando uma pessoa se sentia mal era logo ajudada por diversas pessoas, independentemente se a conheciam ou não, da nacionalidade, da cor, etc isso não interessava, o importante era que essa pessoa precisava de ajuda. Foi lindo ver a união entre povos, unidos numa só fé, num só Deus.

As jornadas realizaram-se no momento certo para mim. Na altura que estava desanimada com os outros e com o mundo. A maioria das pessoas que conhecemos decepcionam-nos de alguma forma, o mundo não dá perspectiva, nomeadamente a nível empregador. E nós, jovens pensamos para quê ser diferente? Para quê mudar o mundo se é impossível? Para quê lutar? Para quê estudar se não vou ter emprego? As jornadas mostraram-me a outra face, que tanto precisava de ver, a mudança. É realmente possível alterar o rumo das coisas, basta começarmos nós no meio onde vivemos. Não podemos ficar simplesmente sentados à espera que o governo resolva as coisas, não! Nós constituímos o governo e dessa forma temos uma opção a tomar: lutar ou não lutar.


Outra coisa que tenho a apontar a este evento é a forma maravilhosa como conseguiram conciliar a religião à cultura. Penso que isso é muito importante. Pois o Homem forma-se a vários níveis. Nesse campo fomos muito privilegiados, pois tivemos a imensa sorte de conhecer três cidades: Talavera, Toledo e Madrid.


Quero acabar este texto agradecendo a todas as pessoas que contribuíram para que estas jornadas fossem inesquecíveis, que me apoiaram quando necessitei, que me fizeram rir e consolaram no momento certo. A todos um muito obrigado do fundo do coração.

1 comentário:

  1. Espero que acima de tudo nunca que esqueças dessa força quando as coisas parecem não ter rumo, quando baixar os braços parece a melhor solução. É bom ver que saíste mais enriquecida e renovada na fé das JMJ... E que saibas que haverá sempre Alguém, onde quer que seja, que acredita em ti, porque talvez isso seja o mais importante, acreditar, acreditares em ti mesma.
    Termino este comentário dando a minha opinião e incentivo de que escrevas mais textos escritos por ti, porque penso que isso é que torna um blog especial, e escrever de certa forma liberta-nos, ajuda a clarificarmos os pensamentos...

    ResponderEliminar