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Que significado tem para mim a religião


e

Qual o espaço que ela ocupa na minha vida



Eu não sei se sou muito católica ou não, se agrada a Deus ter crentes como eu e se pratico a minha fé da maneira correcta, se existe forma acertada para o fazer. No entanto, não consigo viver sem Deus, Ele faz parte da minha vida e é impensável viver sem Ele.


Já me interroguei diversas vezes e tenho-me questionando ao longo da minha singela existência se acredito em Deus, se tenho fé e se aquilo em que acredito realmente existe e se tem algum fundo de verdade. Alguns investigadores tentam provar que sim, que algumas passagens bíblicas são autênticas, mas eu não preciso dessas provas. Apesar de confiar na ciência, no campo religioso prefiro mantê-la de parte. A fé não se procura explicar, simplesmente sente-se, crê-se. Foi essa a conclusão a que cheguei depois de todas as minhas dúvidas, os meus questionamentos e receios.


Houve uma altura em que vacilei quanto ao seguimento da minha religião. No meio de tantas religiões porquê ser católica? Só porque foi essa que os meus pais me transmitiram e ensinaram? Essa justificação era insuficiente para mim, como pessoa pensante que sou não podia limitar-se às escolhas que fizeram em meu nome à anos atrás. Eu não tinha que continuar numa religião escolhida por outros, mesmo que isso fosse o melhor para mim. Estas dúvidas assaltaram-me com mais frequência e intensidade após o Crisma, algo que já deveria estar esclarecido na minha cabeça, mas não estava. Eu continuava a ver apenas nevoeiro, e não conseguia clarificar as minhas ideias.


Para poder organizar-me intelectualmente, porque a parte religiosa é importante para mim e sem ela eu não faço sentido e não estou em plenitude, tive que procurar, investigar e participar, inclusive noutras celebrações. A resposta a que cheguei não tem nada de explicável nem científico. Eu simplesmente ao afastar-me da minha religião apercebi-me que ela me fazia falta e o reencontro com ela deu-me uma satisfação absoluta. A casa do Senhor era a minha casa, onde pertencia. Era lá que me sentia eu, que me sentia bem, em paz para comigo e para com os outros. E foi esse o sinal que me deu a certeza de estar no sítio certo.


Apercebi-me que não queria mudar, apenas deveria fortalecer a minha relação com o Pai. E foi nesse contexto que parti para as Jornadas Mundiais da Juventude (JMJ), para renovar a minha fé, para me encontrar com Ele, pois Ele está em toda a parte, inclusive em mim.


Nada acontece por acaso, este é o meu lema de vida. Por vezes somos deparados com alguns problemas e obstáculos que apenas servem para nos colocar à prova. Tudo tem um propósito de ser. O nosso papel é levantarmo-nos após a queda, erguer a cabeça e seguir em frente preparados para mais um desafio.


Para mim não faz sentido lutar por uma vida melhor, por ser uma pessoa melhor se não existir mais nada para além desta simples, efémera e insignificante existência terrena. Para quê abdicar dos prazeres e deleites da vida para conquistar vitórias pessoais? Tem que haver algo mais, algo inexplicável, algo que não consigamos ver com estes olhos. Apesar de ser humana e essa condição acarretar a fraqueza, a debilidade, o pecado, eu quero continuar a lutar contra tudo isso, e ser melhor a cada dia que passa. O mais semelhante possível a Deus, apesar de saber que isso é incognoscível.
Uma certeza eu tenho: não vou poupar-me ao trabalho, dor e sacrifico pelos aprazimentos desta vida térrea. Preciso do Senhor, sem ele não sou ninguém, preciso Dele nos momentos de tristeza e nos de alegria. Ele é a minha inspiração e a luz que quero seguir para sempre.

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