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António Damásio instalou-se nos Estados Unidos, ao lado da esposa Hannah, também neurologista, há 30 anos. Juntos formaram um dos maiores bancos de dados mundiais sobre lesões cerebrais, reunindo dossiês neurológicos e psicológicos de milhares de pacientes. Estudando as consequências dessas lesões sobre pensamento, emoções e comportamento, conseguiram chaves para compreender o funcionamento do cérebro normal. Damásio descobriu que diversas doenças ou acidentes que perturbam o funcionamento do corpo repercutem no estado mental, nos juízos e nas emoções. Inversamente, as emoções determinam em parte o modo pelo qual tomamos decisões e construímos nossa própria imagem.

O seu trabalho é aplicado em investigações sobre como a consciência é construída, no qual sustenta que nossos juízos intelectuais e morais são determinados, para além da lógica interna ao cérebro, por emoções. Interessado em neurobiologia do espírito, memória, mecanismos de tomada de decisão e emoções, fundamentos dos comportamentos sociais, Damásio tem mostrado como emoções e sentimentos fazem parte do processo regulador da vida e são essenciais não só para a sobrevivência individual, mas também para o êxito da espécie humana.

O cientista português António Damásio, actualmente director do Brain and Creativity Institute, da Universidade do Sul da Califórnia, foi galardoado com o Prémio Honda, uma das mais importantes distinções na área científica, por explicar o papel crucial da emoção na tomada de decisões. Segundo este, as decisões são auxiliadas por “marcadores somáticos”, modificações do estado do corpo que correspondem a reacções emocionais.
Apesar de estar tão envolvido na área científica, não deixa de escrever livros nos quais divulga as suas investigações e convicções. É impressionante a forma como não exclui a Filosofia, usando-a a seu favor, como uma arma e não como uma barreira.

Para mim este senhor é um exemplo a seguir e é, sem dúvida, uma referência e prestígio para o nosso país. Por todas estas razões, este é o indivíduo que eu digo: “gostava de ser como ele”.

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