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Romeu e Julieta

Apesar da história ser fictícia, o tema desta tragédia estava já presente na literatura grega. Foi, no entanto, Luigi de Porto o primeiro a utilizar os nomes Romeu e Julieta. A história foi, ainda, livremente adaptada pelo italiano Matteo Bandello, em 1554, aparecendo traduzida, em 1559, pelo francês Pierre Boisteau de Launay, em Histoires Tragiques de François de Belleforest. Esta versão foi traduzida para inglês, em 1562, por Arthur Brooke, em Tragical History of Romeo and Juliet, fonte na qual de baseou Shakespeare.

Romeu e Julieta, a história trágica do amor de dois jovens, é o título de uma tragédia de Shakespeare (1597), uma obra imortal da literatura, que começa da seguinte forma: "Duas famílias notáveis da linda Verona, onde a história se passa, transformam em guerra as desavenças antigas, manchando de sangue as suas mãos. E do seio destas duas famílias inimigas nascem dois amantes predestinados".

A história desenrola-se em Verona, em Itália, incidindo na rivalidade entre as casas dos Capuleto e dos Montéquio, que se envolviam permanentemente em lutas e conflitos, os quais perturbam a ordem e a paz da cidade. Romeu, filho de Montéquio, afastado das lutas que intrigavam as duas famílias, sofria de amor por Rosalina. Para a esquecer, os amigos convidam-no a ir ao baile de máscaras dos Capuleto, festa dedicada ao noivado entre Julieta, filha dos Capuleto de catorze anos, e o seu parente Páris. Romeu viu, então, pela primeira vez, Julieta e, deslumbrado com a sua beleza e atitude, ficou perdidamente apaixonado. Romeu, que pensava que Julieta era uma convidada da família, cortejou-a e beijou-a, antes de saber, pela ama de Julieta, que esta era uma Capuleto. Quando a festa acabou, Julieta descobriu que o jovem que tanto a impressionara era Romeu Montéquio, filho da casa rival. Romeu cortejou Julieta às escondidas, no jardim da casa dos Capuleto, e ambos juraram um amor tão fiel. Com a ajuda de Frei Lourenço - esperançoso da reconciliação das famílias através da união dos dois jovens - eles casam-se secretamente no dia seguinte. Após a cerimónia, Romeu presencia um duelo entre seus amigos e Teobaldo, um Capuleto, primo de Julieta. Mesmo desafiado Romeu nega-se a lutar, mas Teobaldo mata Mercúcio e Romeu, tomado pela cólera, mata Teobaldo e, em consequência desse acto, foi expulso de Verona, por ordem do príncipe Escalo. Entretanto, os pais Capuleto pretendiam que Julieta se casasse com Páris, mesmo contra a sua vontade. Páris foi marcar com Frei Lourenço o casamento e, na mesma altura, entrou Julieta que foi confessar-se ao clérigo. A sós, Frei Lourenço contou a Julieta um estratagema para impedir o seu casamento com Páris. Segundo o plano, Julieta deveria fingir que aceitava o casamento. Beberia uma poção que a daria como morta e, quando estivesse no túmulo dos Capuleto, seria resgatada por Romeu, entretanto avisado, fugindo, depois, com ele para Mântua. Julieta assim fez, mas, à cautela, guardou, entre as vestes, um punhal para utilizar caso a poção não resultasse. A mensagem, contudo, termina sendo extraviada e Romeu pensa que Julieta realmente está morta quando lhe contam o ocorrido. Em Mântua, Romeu comprou um veneno letal e dirigiu-se, em seguida, ao túmulo de Julieta, em Verona. Quando Romeu chega ao cemitério, encontra Páris. Os dois lutam e Páris é morto. Ao chegar ao túmulo de Julieta, Romeu bebe o veneno. No mesmo momento, Frei Lourenço aproximou-se para libertar Julieta do seu túmulo e do seu sono. Julieta acordou e, encontrando o seu amado morto, decidiu morrer também, usando o punhal deste para tirar a sua própria vida, dado que Romeu não deixou nem uma gota de veneno no frasco. Quando chegam o Príncipe, os Montéquios e os Capuletos, o Frade conta-lhes do amor trágico de Romeu e Julieta. As famílias, chocadas pela tragédia e pelo ódio que a originou, resolveram reconciliar-se ali mesmo, declarando, finalmente, a paz. Para a história ficou um amor intenso e trágico que nem a morte conseguiu separar.

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